segunda-feira, 12 de novembro de 2007

"Maledetos" pênaltis: Pais de Heróis e choros inexplicáveis.

"O pênalti será cobrado de seu ponto pré assinalado, com todos os jogadores - à exceção do que vai batê-lo - colocados fora da grande área e no mínimo a 9,15 m da bola. O goleiro adversário deverá permanecer sobre sua própria linha de meta, sem mover os pés, até que a bola seja chutada."

Essa é uma das 17 regras do futebol.

Maldito momento do futebol esse, que sendo contra ou a favor, gera uma expectativa ÚNICA no esporte bretão.

Da marcação do árbitro até a cobrança da infração, temos reclamações do adversário, decisão para quem será o cobrador, mandinga do goleiro, corrida do batedor...tudo isso.

Comparo a cobrança de pênalti a um passeio numa montanha-russa:

A caminhada do batedor até a marca da cal e sua corrida até a bola: é a subida daqueles carrinhos nada seguros.

A trajetória da bola até o gol: A descida desesperadora e desenfreada naqueles trilhos.

Existe também a disputa de penalidades máximas (muito mais tensa,rs) mas essa não entra no post de hoje.

Muitas dessas "maledetas" cobranças, no decorrer do jogo, me marcaram demais e SEMPRE positivamente:

Roberto Carlos contra nós em 1995;

Rincón contra a Portuguesa em 1998 (sim...aquele jogo do Castrili);

Dida versus Raí em 1999;

Romário contra a Porcada em 2000.

Enfim...ínumeras cobranças.

Que me deixaram com as pernas bambas, nervoso, suando frio, que me fizeram chorar, rir, passar mal...

Que a partir delas, nascem heróis. Ou vilões.

E ontem tivemos mais uma delas. Mais uma para entrar para a história.

A situação é mais embaçada que vidro de carro de um moleque junto com sua guria, ambos com hormônios a flor da pele. Sitação essa, devido a roubos e oportunismos de alguns infelizes. Mas já é passado (espero). Com roubo ou sem, estamos nessa situação. E temos que sair dela.

E em toda situação complicada, existe um herói (ele salvando ou não,rs). Herói esse que geralmente é reconhecido através de seus atos de bravura. E o herói da Fiel já tinha sido escolhido a muito tempo: Felipe.

E quando a situação passa de complicada para MUITO complicada, automaticamente uma voz silenciosa diz para esse herói:"Agora é com você meu querido!".

E é nesse momento que o herói, passa de um simples herói para um Histórico Herói (com H maiúsculo). E esse momento chegou ontem para Felipe.

Aos 30 min do segundo tempo de um jogo chave para o Corinthians nesse campeonato. 1 x 1. Se perder, praticamente está rebaixado. Outro resultado nos dará um respiro até a próxima partida. E o herói se mostrou herói.

Gritos de "Felipeeeee" eram ouvidos nos 4 cantos do Brasil. E no MEIO dele principalmente. E um pouco ao sudeste, era inevitável. Meu pai gritava. Minha mãe (que coisa!) gritava. E eu, como não poderia deixar de ser, também gritava.

Após ligar para minha futura esposa, avisando sobre o ocorrido, voltei para a sala e deitei no sofá novamente.

Não sei porque, não sei como, não sei o que senti. Tirei os óculos e as lágrimas vieram. Vieram como a anos não vinham. Sinceras e abundantes. Durante minutos.

Por causa do pênalti defendido??Por causa de todo o contexto??Por causa de outros motivos??Não sei.

Será um choro do qual nunca conseguirei desvendar o "POR QUE" dele.

Só sei que o motivo foi um herói.

Só sei que foi por causa de um "maledeto" pênalti.

Só sei que foi por causa de ti, Corinthians.