domingo, 2 de setembro de 2007

Hoje é dia de Corinthians x Santos

Na minha opinião o clássico mais bonito do futebol paulista quando o Santos é o mandante: eles todos de branco e nós, todos de preto.

E assim estavam as duas equipes naquele histórico 13/05/2001. Dia das mães que, pra variar, deixei de passar o dia com a minha por causa do Corinthians.

Mas aquele era um domingo especial, como sempre é quando tem jogo do Corinthians. Mas aquele seria diferente.E ela teria que entender novamente.

Tínhamos que vencer para chegar as finais daquele ano e coroar uma recuperação espetacular, comandada por W.Luxemburgo. Precisávamos de 7 vitórias em 8 jogos.

Como sempre, eu, meu pai e o Rogério (amigo há 1 década) saímos de casa lá pelas 14:00 com a certeza da vitória. Equipe melhor, ótima fase, de “Ultimão” a Timão... Seria fácil. Ledo engano.

Chegamos ao Morumbi, aquele estádio gelado, propriedade de um time igualmente gelado. Mas momentos mais tarde aquilo estaria pegando fogo. E ocorreriam alguns “fenômenos” naquele dia.

E o jogo já começou quente. Dodô perdeu pênalti para o Santos. Praticamente no contra-ataque...pênalti para o Corinthians. Marcelinho desperdiça também. Nem deu tempo para comemorarmos o pênalti perdido deles.

35 min. Gol do Santos. Gol de cabeça de um tal de Renatinho, que mais tarde seria Renato, um baita meio campista. E, assim como no lance dos pênaltis, o gol de empate veio instantaneamente na saída de bola. Marcelinho marcou, numa bela tabela com André. Pelo menos, agora quem não teve o gostinho bom do “É NÓIS!!!” foram eles...

E o jogo seguiu assim. Lá e cá, cá e lá. Chances perdidas, palavrões a torta e a direita nas arquibancadas, meu pai já indo pro segundo maço de cigarros dele. O Corinthians ainda vai matá-lo...

Seguiu assim até os 30 minutos do segundo tempo. Até os 35 minutos. Até os 40.

Até que o Rogério, que estava ao meu lado direito diz:

”Não é possível que depois de tudo isso que esses caras fizeram eles vão cagar no pau justo agora!!!”

ninguém responde...

A torcida do Santos já entoava o tradicional “Ta chegando a hora...”...

Eles já desviravam as faixas que haviam deixado de ponta cabeça em protesto ao time (a promessa era só desvirá-las quando o Santos fosse campeão. E a final seria com um time do interior. Não desmerecendo, mas aquele Corinthians x Santos era a final. E até os interioranos já sabiam disso)Víamos os sorrisos dos santistas lá de onde estávamos, do outro lado da arquibancada do Morumbi. Os sorrisos brilhavam. Como a tempos não acontecia com os torcedores do time da baixada. A cantoria, os pulos, os gritos...eu nunca havia visto uma torcida tão feliz do outro lado.Realmente era uma alegria bonita de se ver.

Mas esqueceram do adversário. E que esse adversário era o Corinthians....

Enquanto do lado de cá das arquibancadas: Apreensão. A frase dita pelo Rogério minutos atrás, ecoava no ouvindo e mente de todos que ali presentes.

Mas novamente ocorre algo que eu também nunca havia visto em estádios.

NINGUÉM...repito: NINGUÉM saiu antes naquele jogo e NINGUÉM xingava o time. E sair antes do término do jogo e xingar o time é muito normal quando não se acredita em uma reação ou quando a fatura já esta liquidada.

A diferença é que nós não esquecemos do que tínhamos do nosso lado. E era o Corinthians...

A Fiel sabia o que a esperava.

E aquele era um domingo diferente...lembra??

47 minutos e meio do segundo tempo. E o Juiz havia dado 3 minutos de acréscimo.

Andrézinho, um criticado meio campo nosso na época, domina a bola exatamente no meio campo. O árbitro se aproxima. Pensei:”Fodeu,...terminou...”.

Me enganei...Graças a São Jorge.

Eu sabia que naquele momento o jogo já estava há segundos pra terminar. Mas eu também não queria saber QUANTOS segundos faltavam.

Andrézinho lança a bola pra Gil que avança pela esquerda. Companheiros pedem o toque pelo meio e ele avança. O zagueiro André Luis na cola dele. E ele avança...

Involuntariamente seguro no braço do Rogério e digo: “É agora...”

Com um drible desconcertante, Gil deixa o adversário no chão e toca para trás. Vou me agachando, de nervoso, até me ajoelhar na arquibancada. Nesse momento eu já não via quase nada.

A bola vem aos pés de Marcelinho que, da entrada da área, a deixa passar malandramente para o encontro de outro craque: Ricardinho.

Com um toque suave de seu preciso pé esquerdo, a bola entra perfeitamente no canto direito de Fabio Costa.

A Fiel explode. Gol de campeão! É Gol do Corinthians!

Não se ouviu o grito de GOL...era um grito diferente. Um grito sofrido, acuado, entalado na garganta.Todo o sofrimento, todas as piadas, brincadeiras ridículas dos rivais nos últimos 12 meses estavam naquele grito. Fico pensando até hoje. Se em 12 meses era daquele jeito, imagine em 23 anos como ele não estava....

Choro, abraços, lágrimas, gritos, beijos. Tudo se misturava a uma incontida alegria.

Os reservas das duas equipes invadiram o campo. Um lado para protestar por um jogo que, segundo eles, já deveria ter terminado. O outro, somente para comemorar.

Depois de uma certa confusão, o jogo reinicia. Mas pra que? Ele já havia realmente terminado como queriam os santistas.

A torcida adversária, que antes era pura festa, agora vivia um silêncio fúnebre. E nós...

Como diz o ditado: “quem ri por último ri melhor”.

Depois de muito tempo, ainda ficamos no estádio comemorando. Ninguém saia. Somente do outro lado.

Um jogo inesquecível. Por tudo que ocorreu, pelo resultado, pelas circunstâncias...

Um jogo para entrar pra história...

Pena que não vi o gol no estádio...


Saudações Corintianas

Um comentário:

Anônimo disse...

SANTOS O CARALHO!!


SALVE O TODO PODEROSO TIMÃO!!

PORRA AKI TEM UM BANDO DE LOUCO...

CORINTHIANS ATÉ A MORTE!!!