segunda-feira, 12 de novembro de 2007

"Maledetos" pênaltis: Pais de Heróis e choros inexplicáveis.

"O pênalti será cobrado de seu ponto pré assinalado, com todos os jogadores - à exceção do que vai batê-lo - colocados fora da grande área e no mínimo a 9,15 m da bola. O goleiro adversário deverá permanecer sobre sua própria linha de meta, sem mover os pés, até que a bola seja chutada."

Essa é uma das 17 regras do futebol.

Maldito momento do futebol esse, que sendo contra ou a favor, gera uma expectativa ÚNICA no esporte bretão.

Da marcação do árbitro até a cobrança da infração, temos reclamações do adversário, decisão para quem será o cobrador, mandinga do goleiro, corrida do batedor...tudo isso.

Comparo a cobrança de pênalti a um passeio numa montanha-russa:

A caminhada do batedor até a marca da cal e sua corrida até a bola: é a subida daqueles carrinhos nada seguros.

A trajetória da bola até o gol: A descida desesperadora e desenfreada naqueles trilhos.

Existe também a disputa de penalidades máximas (muito mais tensa,rs) mas essa não entra no post de hoje.

Muitas dessas "maledetas" cobranças, no decorrer do jogo, me marcaram demais e SEMPRE positivamente:

Roberto Carlos contra nós em 1995;

Rincón contra a Portuguesa em 1998 (sim...aquele jogo do Castrili);

Dida versus Raí em 1999;

Romário contra a Porcada em 2000.

Enfim...ínumeras cobranças.

Que me deixaram com as pernas bambas, nervoso, suando frio, que me fizeram chorar, rir, passar mal...

Que a partir delas, nascem heróis. Ou vilões.

E ontem tivemos mais uma delas. Mais uma para entrar para a história.

A situação é mais embaçada que vidro de carro de um moleque junto com sua guria, ambos com hormônios a flor da pele. Sitação essa, devido a roubos e oportunismos de alguns infelizes. Mas já é passado (espero). Com roubo ou sem, estamos nessa situação. E temos que sair dela.

E em toda situação complicada, existe um herói (ele salvando ou não,rs). Herói esse que geralmente é reconhecido através de seus atos de bravura. E o herói da Fiel já tinha sido escolhido a muito tempo: Felipe.

E quando a situação passa de complicada para MUITO complicada, automaticamente uma voz silenciosa diz para esse herói:"Agora é com você meu querido!".

E é nesse momento que o herói, passa de um simples herói para um Histórico Herói (com H maiúsculo). E esse momento chegou ontem para Felipe.

Aos 30 min do segundo tempo de um jogo chave para o Corinthians nesse campeonato. 1 x 1. Se perder, praticamente está rebaixado. Outro resultado nos dará um respiro até a próxima partida. E o herói se mostrou herói.

Gritos de "Felipeeeee" eram ouvidos nos 4 cantos do Brasil. E no MEIO dele principalmente. E um pouco ao sudeste, era inevitável. Meu pai gritava. Minha mãe (que coisa!) gritava. E eu, como não poderia deixar de ser, também gritava.

Após ligar para minha futura esposa, avisando sobre o ocorrido, voltei para a sala e deitei no sofá novamente.

Não sei porque, não sei como, não sei o que senti. Tirei os óculos e as lágrimas vieram. Vieram como a anos não vinham. Sinceras e abundantes. Durante minutos.

Por causa do pênalti defendido??Por causa de todo o contexto??Por causa de outros motivos??Não sei.

Será um choro do qual nunca conseguirei desvendar o "POR QUE" dele.

Só sei que o motivo foi um herói.

Só sei que foi por causa de um "maledeto" pênalti.

Só sei que foi por causa de ti, Corinthians.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O ano que não vivi. O ano que jamais esquecerei.















1977 começa para mim em 1990.

Meu pai, vendo minha cara de besta ao ver aquele estádio lotado na final do Campeonato Brasileiro, dizia:

"É que você não viu em 77..."

Eu não queria saber de 1977. Queria saber do presente. Estávamos prestes a sermos campeões e ele vem me falar de coisa de 15 anos atrás???Ahhhhh poupe-me né!??!

Mas 1977 se faria presente na minha vida nos anos seguintes. Até os dias de hoje quando Rogério (enquanto esperamos o ínicio de um jogo no Morumbi ainda vazio) pergunta pro meu pai:

"Edson...como estava isso aqui em 77??"

Ao ouvir a frase ele incorpora um jovem rapaz que aos seus 17 anos vivia um momento para toda a vida.

Enquanto Rogério e eu estamos sentados na arquibancada ele levanta, tira o cigarro do bolso, o isqueiro e acende o infeliz (lembra que eu disse que o Corinthians ainda vai matá-lo??). Dá a primeira tragada e joga a fumaça pra cima. Está iniciada a sessão:

"Tinham 160 mil nessa porra!!!"

"Como tinha tudo isso???Falam que tinha 140..." um dos dois ouvintes pergunta.

"Falam...mas tinha uns 160 aquele dia..."

Ele estava lá naquele dia. Quem poderia duvidar? Aliás, nos 3 jogos daquela decisão. Quer dizer, ele estava lá durante 17 anos.

E ele conta sobre aquele único jogo durante um longo tempo até quase no início da partida. Conta com todos os detalhes possíveis. Parece um garotinho que vai a escola pela 1ª vez e conta tudo pra mãe quando volta pra casa.

Então meu pai chega perto de um de nós e: "Vem aqui...". E coloca um agachado atrás do outro. Em um único espaço da arquibancada. Não tinhamos como nos movimentar. Impossível de ficar assim daquele jeito.

"É assim que a gente tava. Três neguinho, um em cima do outro. Desde 12:00. Sem água e um sol da porra. Não dava nem pra levantar o pé se não você não colocava mais no chão".

Eu imaginava aquele Morumbi do jeito que meu pai estava descrevendo. Antes eu achava que era o efeito da nicotina que fazia aquilo com ele. Hoje, eu vejo que é o efeito da Fiel.

Meu pai disse que sairam do estádio desacreditados, que a vitória teria que ter sido naquele domingo. E não foi. "Confesso que pensei que não seríamos campeões". Acho que ele e mais milhões na época. Contra ou a favor.

Em outros jogos no Morumbi ou em outras oportunidades ele descreve como foi aquela noite de 13 de outubro de 77. Geralmente quando elogiamos a torcida ou exaltamos um título.

"Depois de 77 nunca mais foi a mesma coisa." ou "Vocês comemoram um brasileiro desses. É que vocês não estavam aqui em 77".

Ele diz isso com uma arrogância, uma enpáfia. Parece até que é superior aos outros. Mas ele é mesmo. É um privilegiado.

"Fui com um amigo meu da pensão que eu morava". Assim ele começa a descrever aquela quinta-feira, 13.

"O ingresso não era essa loucura que se é hoje pra conseguir. Compramos na hora. Ou já tinha comprado...não lembro".

Meu pai descreve aquele dia como o segundo mais feliz de sua vida. Só eu mesmo para ser uma alegria maior.

"Era um foguetório do cacete. Depois do gol então. Pra torcida não teve mais jogo".

Segundo ele, era velho, criança, homem, mulher. Todos choravam. Diz que a emoção dele não foi tanta com o título (aqui ó!) mas sim com as pessoas a sua volta. E especialmente com um senhor de idade, que chorava copiosamente e vira pra ele e fala: "Não acredito!!Meu time é campeão!!Meu time é campeão!!". Meu pai vai as lágrimas junto com aquele senhor. E 30 anos depois nos contando essa história.

"Porra...olha só...to todo arrepiado!!!" diz Rogério, mostrando o braço para nós dois.

Mais dramático ainda é quando ele resolve contar sobre o sofrimento que era presenciar aquele jejum.

"Chegou um momento que pensei que aquilo nunca terminaria."

Parte dessas histórias eram contadas a mim, na volta dos jogos. "Quando o Corinthians jogava fora, cantavam Parabéns". Esse "Parabéns" citado é esse mesmo que você esta pensando, de aniversário. Comemoravam nosso "aniversário de fila".

Ele, que odeia a imprensa, fala com um certo nervosismo da imprensa daquela época também:

"Po...por onde você olhava o Corinthians era piada. Jornal, Tv, rádio, revista...qualquer lugar. Tudo que era programa fazia piada nossa."

E ele sempre termina dizendo:

"Vocês não sabem o que é acordar desejando que teu time seja campeão. Dormir desejando que teu time seja campeão. Vocês são muito mal acostumados."

Concordo plenamente com ele.

Graças ao meu pai, não sei somente o que foi o dia 13 de outubro. Não somente o ano de 1977. Sei todo o sofrimento de uma torcida. A angústia por ela vivida. Lágrimas derramas. Provações e desafios. Barreiras quebradas. Sentimento posto a prova. Fenômenos sociais causados por essa nação que se fez explodir numa alegria sem tamanho. Uma alegria que dura 30 anos. E que, pelo visto, será eterna.

Assim como os 160 mil fiéis...o velhinho chorão...as piadas dos outros....

Obrigado pai. Obrigado Corinthians.

PS: Essas histórias são sempre contadas pelo garoto de 17 anos que incorpora em meu pai quando pronunciada a frase "Como foi em 1977??". Ele nunca me fará esquecer daquele ano...

domingo, 7 de outubro de 2007

E assim nascem os bambis

Antes de começar o post (apesar de que já comecei,rs) quero deixar bem claro uma coisa:

Clássico na minha opinião temos somente 1 dentro de cada estado: Fla-Flu, Grenal, Ba-Vi, Atlético x Cruzeiro e o nosso Corinthians x Palmeiras são alguns exemplos.

Logo Corinthians x São Paulo não é clássico. Mas é uma bela partida entre dois grandes de SP.

E dentre essas belas partidas lembro de uma onde começou esse reboliço que há hoje em dia sobre o apelido de "Bambi" dado ao clube mais afeminado do Estado.

Bambi, pra quem não sabe, é um personagem da Disney. Um meigo veadinho.

E se engana quem pensa que isso sempre existiu. Mas não mesmo.

O que existia era o apelido de "bicha", "pó de arroz", essas coisas. Tudo vindo do fato do São Paulo ser um clube mais eleitizado, de "frescos" e para o povo, quem é fresco é "mulherzinha",rs. Mas não era nada muito ostensivo como é hoje com o "Bambi".

Corria o ano de 2002. Na semana da partida, os holofotes estavam mais fortes que o normal sobre esse jogo por diversos motivos: é um grande jogo, os dois vinham de diversas decisões seguidas, a rivalidade estava acentuada e o principal motivo e foco maior dos holofotes: Ricardinho, ex-ídolo da Fiel agora era tricolor (depois de uma conturbada transferência, diga-se de passagem) e faria sua 1ª partida contra o Corinthians. E em uma de suas descontraídas entrevistas, o até então grande volante Vampeta, faz o que mais gosta e sabe: cutucar os rivais:

"Quando ele estava aqui nós os chamávamos de Bambis..." responde Vampeta após uma pergunta sobre Ricardinho.

E repórter ADORA colocar lenha na fogueira:

"Explica melhor essa história Vampeta!!!"

Pois bem. Ele explicou e agora os Bambis são reconhecidos internacionalmente como Bambis,rs.

Mas vamos a partida.

O Corinthians tinha um ótimo time, muito bem entrosado e, principalmente, muito bem treinado por C.A.Parreira. Conquistamos 2 títulos naquele ano. E éramos favoritos no Brasileirão.

O São Paulo tinham um time melhor que o do Corinthians e com um grande diferencial: o craque agora era deles.

O Morumbi recebeu 50 mil pessoas naquela tarde cinzenta do dia 29 de setembro. E grande parte dela entoava um grito que se tornaria tradicional nos confrontos contra o tricolor paulista: "Bambi!!Bambi!!!Bambi!!!".

Se a intenção da Fiel era fazer o que a mesma já havia feito com o Porco, dessa vez fracassamos,rs. Essa fama nenhuma torcida do mundo gostaria de ter.

Infelizmente não lembro de grandes detalhes daquela partida. Lembro que o São Paulo vinha “babando” para ganhar de nós.

Gil abriu o placar, mas Reinaldo virou em pouco tempo. E faltavam mais ou menos 10 min para terminar o jogo quando isso ocorreu.

O lado de lá das arquibancadas explodiu. Finalmente eles estavam ganhando do Corinthians.

Estavam.

Até aos 45 min do segundo tempo quando numa jogada quase idêntica ao gol de Gil (aquele do drible da vaca) na Final do Rio-SP ele mesmo recebe a bola do mesmo Vampeta na ponta esquerda e parte pra cima do marcador. Mas com um leve toque, o suficiente para deslocar o zagueiro, ele coloca a bola de lado e solta a bomba. Rogério Ceni nem a viu passar.È GOL do Corinthians.

E comemoramos como se fosse uma vitória. Xingamentos pra cima de Ricardinho foram absolutamente comuns naquele momento. Se arrependimento matasse, ele teria sido o pioneiro no Brasil em “mortes em campo”.

Olho pro Rogério (meu amigo) e digo:

“Porra...me veio na cabeça o lance da final!!”

”Caralho!!!Pra mim também!!Pensei que ele tentaria o mesmo drible” responde ele com a euforia natural de um gol no finalzinho.

A torcida deles emudece e sai de fininho, enquanto nós, pra variar, fazemos a festa no nosso salão de festas preferido. Com direito a gritos de “Bambis” e tudo mais.

domingo, 23 de setembro de 2007

É hoje...e que seja um divisor de águas novamente.

De segunda-feira pra cá: 7 dias.

Algumas confusões, desentendimentos, palavras colocadas em horas indevidas...enfim. Coisas que só acontecem nessas semanas (não que eu seja um santo nas outras 46 semanas,rs).

Mas chegou o grande dia.

Dia de Corinthians x Palmeiras.

Clássico esse que tem um impacto que nenhum outro jogo tem.

Para o vencedor: A glória.

Para o perdedor: O fim.

Impressionante capacidade tem esse jogo de deixar um lado tão bem e o outro tão mal.

Um divisor de águas. Tudo é passado antes dele. E o futuro depende do resultado.

Todo Corinthians x Palmeiras é assim. Porque o de hoje seria diferente???

E eu poderia relembrar um dos históricos Corinthians x Palmeiras que tem por ai. E não são poucos.

Mas me veio na cabeça um jogo de meio de campeonato. Que não era final, não valia vaga pra nada, nada estava em disputa. Mas era um Corinthians x Palmeiras. Um divisor de águas.

11/02/2001

Como é do conhecimento de todos, o Corinthians não estava nada bem naquele ano de 2001. Fantasma de rebaixamento, jogadores fracos, ano anterior péssimo...

Uma semana antes, W.Luxemburgo assumia o comando alvinegro no lugar de Dario Pereira.

Ele estreava num Corinthians x Fluminense, no Pacaembu pelo Rio-SP. Vinha de uma cirurgia no pé direito. Estava de muletas. Assim como o Corinthians. O time estava a cara dele.

Jogamos muito mal e de quebra, Marcelinho havia agredido um tricolor e foi expulso. Resultado: Eliminação. E CRISE (pra variar). Logo antes de um Corinthians x Palmeiras...

Estão ai os 2 protagonistas desse dia 11 de fevereiro.

Era um belo domingo de sol, dia perfeito para um clássico.

Assim que os times entraram em campo, nosso lado aplaudiu Luxemburgo. Calorosamente.

E do nada entoou o grito: "Marcelinho VSF...o meu Corinthians não precisa de você!"

Fiquei besta com aquilo.

Meu pai gritava:"Não!!Não!!!". Em vão.

Olhei para ele e para o Rogério meio sem entender aquela atitude da Fiel. Decidimos esperar...

Começa o jogo.

Luxa, todo manquetola, sentado na sua área técnica.

Marcelinho, visivelmente chateado...ENDIABRADO!!!

Aos 20 minutos de jogo, ele, SEMPRE ele, cobra escanteio. Num bate e rebate danado a bola chega aos pés do artilheiro: Luizão. Gol do Corinthians!!!!

Ele vem por trás do gol, em nossa direção, fazendo um gesto que me fez chorar. Batia no peito, com raça, raiva, alegria, emoção..."Eu sou foda!!!"

Logo depois em um daqueles famosos "golaços cagados" Basílio empatou. Passou por 2 e sem querer acertou um chute que bateu na trave e entrou.

Engraçado essas sensações de GOL. Quando é nosso, pensamos que vamos golear. Mas quando é dos outros...e DELES ainda por cima. Não gosto nem de lembrar.

Mas estou aqui pra isso. Para lembrar, pôr minha memória para funcionar,rs.

E lembro que no intervalo o Corinthians não desceu para os vestiários.

Não para sentir o calor da torcida, a atmosfera do espetáculo nem nada disso mas sim pela incapacidade física do sr. Luxemburgo de andar.

Mas um pé engessado nunca fez tão bem a um time de futebol.

Logo no começo do segundo tempo, outro escanteio. Outra vez ele foi cobrar. Outra rebatida. E dessa vez a bola voltou ao seus pés. E errar 2 vezes seguidas não era com ele. Pôs a bola na cabeça de Sheidt que graças aos céus a colocou no fundo da rede. 2 x 1 Corinthians.

Marcelinho reverênciava Luxemburgo. Que retribuia o gesto. Quanta falsidade. Mas o Corinthians estava ganhando. Era o que importava.

Nos seguramos até o final. Time em campo e torcida na arquibancada. Marcelinho se atira nas bolas que já estão fora de campo. E a torcida vibra com seus carrinhos teatrais como sempre fez. A paz voltou.

Assim que o juiz apita o fim de jogo, parecia um carnaval. A torcida não deixava o Morumbi. E o camisa 7, antes humilhado, agora era exaltado com o tradicional coro:"Uh Marcelinho!Uh Marcelinho!"

Vai entender essa Fiel.

Até hoje penso que foi proposital aquela hostilidade do início. Ela sabe de quem se pode cobrar. Ela sabe quem vai retribuir. Ela só deu um empurrãozinho hehehehe. De um jeito brusco, sim, concordo. Mas essa é a Fiel. Ainda mais num Corinthians x Palmeiras onde vale tudo.

Foi um jogo digno da história do clássico. Poderia ter sido uma partida boba, na 4ª rodada do campeonato. Mas como um Corinthians x Palmeiras pode ser bobo?? É o maior clássico do Brasil.

É um divisor de águas, você se lembra??

A nossa crise passou pra eles, que ficaram sem técnico um tempo depois. E desceram ladeira abaixo.

Nós...

Bem...você já sabe o final desse campeonato.

Obrigado Corinthians x Palmeiras..

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Levou 14 anos...e nem pra ser uma semana pra lá ou pra cá...

14 anos:

4 Copas do Mundo.

Terminei meus estudos.

4 Olimpíadas.

Bug do Milênio.

1000 gols de Romário.

Atentados aos EUA.

Chegada da Internet.

Punks dão lugar a Emos.

Loiros são os rappers mais famosos.

Tive 2 namoradas.

Popularização do Celular.

Clonagem de bichinhos.

Escândalos presidenciais (teve gente que pegou a secretária).

Pica Pau dá lugar ao Pokemón.

Sou capa de Jornal.

12 Títulos.

Milhões de Cruzeiros, Cruzeiros Reais....Milhões de Reais em dívidas.

Tudo isso e muito mais aconteceu em 14 anos...e ele não arredou o pé de lá.

Mas hoje, depois desses 14 anos, ele renunciou.

Não vou aqui criticá-lo pois o que ele fez foram coisas digamos que "normais" para o mundo de hoje, no país que vivemos.

Roubar, INFELIZMENTE, todos roubam, todos roubaram. E quem estiver lá irá roubar.

Se enfiar em enrascadas ou criá-las. Quem tem o poder nas mãos, FAZ.

Erros administrativos. Todos cometem.

Mas ele "rasgou" o Estatuto do clube para que pudesse permanecer tanto tempo no comando. E esse foi o maior de seus crimes, na minha opinião.

Somente por esse motivo, merece tudo pelo que esta passando.

Mas acabou.

Inicia-se agora uma nova era dentro do maior clube do Brasil.

Como será essa nova era??? Só Deus e São Jorge que sabem....

E pra deixar mais dramático. Tinha que ser justo numa semana de Corinthians x Palmeiras...

DUALIB FDP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Frio na barriga logo numa segunda-feira???

No ano temos 48 semanas, se não estou enganado.

E hoje começa mais uma delas.

Mas essa não é como as outras...

É uma semana em que ficarei mais apreensivo do que o normal.
Mais ignorante do que o normal.
Mais ansioso do que o normal.
Acompanherei mais as notícias do que sempre acompanho.

Nessas semanas. as pessoas vem falar comigo:

"Filipe, você viu tal coisa??!?!"

e respondo:

"Ahn?!?!?"

Me perdoem...minha cabeça deveria estar num boa ou má lembrança que essas semanas me trazem.

Quem me conhece já está acostumado.

É uma semana de mentiras também. Quando me perguntam:

"E ai, tudo bem com você???"

respondo automaticamente: "Tá tudo sim e com você???"

PORRA...não tá tudo bem. Porque eu minto????

Eu estou apreensivo, ansioso, angustiado, nervoso...

Mas minto porque não me entenderiam. Só se acostumaram com isso...

Semana "bacana" essa que acordo e penso: "putz...ainda é segunda-feira..."

amanhã acordarei e pensarei:"Putz...ainda é terça-feira..."

e assim será até chegar o final dessa interminável semana.

A uns anos atrás era menos angustiante pois eu não tinha relógio. Logo eram somente os dias que eram lentos demais. Agora são as horas que teimam em não passar. Maldito psicológico...

Essa é uma daquelas semanas que eu gostaria que houvesse somente um único dia. O último deles.

Minha fome vai diminuindo gradativamente conforme o passar dos dias. O sono também. E o bom humor segue o mesmo caminho de todos eles. Enquanto isso, ansiedade e apreensão seguem o caminho inverso.

E todo ano é a mesma coisa. Pelo menos umas 2 semanas dentre as 48 que ele possue.

Essa é uma semana daquelas que me consegue deixar com um frio na barriga logo numa segunda-feira.

Essa é uma semana daquelas...

Essa é uma semana de Corinthians x Palmeiras...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Oi Sr. Pacaembú...lembra de mim??

7/07/2007

Naquele dia se iniciava um dos maiores jejuns meus: 2 meses sem lhe visitar.

Vários fatores influenciaram pra isso??? Claro que sim...

Mas o principal deles foi a falta de educação de seu anfitrião preferido.

Nós, eternos admiradores desse senhor, íamos lá visitá-lo e o que esse anfitrião vinha fazendo??? Nem nos olhava na cara. Nos tratava como quaisquer. Antes, até amendoins nos ofereciam antes dos espetáculos dele...conversas duradouras, alegrias e tristezas compartilhadas... éramos grandes amigos (ainda somos). Mas ele tem me decepcionado e a muitos outros...

Hoje em dia, chega qualquer vendedor chato visitar o Sr.Pacaembú e nosso anfitrião já deixa abrirem até a geladeira, pôr os pés no sofá, vão ao banheiro de porta aberta...e nós que estamos sempre lá, o que ele fazia???? Um simples "Boa tarde"... e sem amendoins...

Tudo bem que no último domingo ele deu uma puta festa de aniversário lá...não compareci pois ainda estou muito magoado.

Hoje estarei lá novamente. Espero que ele não esteja de ressaca e me receba mal novamente. Espero também que me trate com o devido respeito que acho que mereço.
E não sei se ficarei na sala de estar, como sempre gostei de ficar...Mas enfim...

Conversas com amigos estarão lá novamente...desabafos, discussões, risos...com ou sem esse anfitrião nos recebendo bem. E apesar de tudo...

Estou com saudades daquele velho rabugento e seu anfitrião maleducado...

Os amo demais...

domingo, 2 de setembro de 2007

Hoje é dia de Corinthians x Santos

Na minha opinião o clássico mais bonito do futebol paulista quando o Santos é o mandante: eles todos de branco e nós, todos de preto.

E assim estavam as duas equipes naquele histórico 13/05/2001. Dia das mães que, pra variar, deixei de passar o dia com a minha por causa do Corinthians.

Mas aquele era um domingo especial, como sempre é quando tem jogo do Corinthians. Mas aquele seria diferente.E ela teria que entender novamente.

Tínhamos que vencer para chegar as finais daquele ano e coroar uma recuperação espetacular, comandada por W.Luxemburgo. Precisávamos de 7 vitórias em 8 jogos.

Como sempre, eu, meu pai e o Rogério (amigo há 1 década) saímos de casa lá pelas 14:00 com a certeza da vitória. Equipe melhor, ótima fase, de “Ultimão” a Timão... Seria fácil. Ledo engano.

Chegamos ao Morumbi, aquele estádio gelado, propriedade de um time igualmente gelado. Mas momentos mais tarde aquilo estaria pegando fogo. E ocorreriam alguns “fenômenos” naquele dia.

E o jogo já começou quente. Dodô perdeu pênalti para o Santos. Praticamente no contra-ataque...pênalti para o Corinthians. Marcelinho desperdiça também. Nem deu tempo para comemorarmos o pênalti perdido deles.

35 min. Gol do Santos. Gol de cabeça de um tal de Renatinho, que mais tarde seria Renato, um baita meio campista. E, assim como no lance dos pênaltis, o gol de empate veio instantaneamente na saída de bola. Marcelinho marcou, numa bela tabela com André. Pelo menos, agora quem não teve o gostinho bom do “É NÓIS!!!” foram eles...

E o jogo seguiu assim. Lá e cá, cá e lá. Chances perdidas, palavrões a torta e a direita nas arquibancadas, meu pai já indo pro segundo maço de cigarros dele. O Corinthians ainda vai matá-lo...

Seguiu assim até os 30 minutos do segundo tempo. Até os 35 minutos. Até os 40.

Até que o Rogério, que estava ao meu lado direito diz:

”Não é possível que depois de tudo isso que esses caras fizeram eles vão cagar no pau justo agora!!!”

ninguém responde...

A torcida do Santos já entoava o tradicional “Ta chegando a hora...”...

Eles já desviravam as faixas que haviam deixado de ponta cabeça em protesto ao time (a promessa era só desvirá-las quando o Santos fosse campeão. E a final seria com um time do interior. Não desmerecendo, mas aquele Corinthians x Santos era a final. E até os interioranos já sabiam disso)Víamos os sorrisos dos santistas lá de onde estávamos, do outro lado da arquibancada do Morumbi. Os sorrisos brilhavam. Como a tempos não acontecia com os torcedores do time da baixada. A cantoria, os pulos, os gritos...eu nunca havia visto uma torcida tão feliz do outro lado.Realmente era uma alegria bonita de se ver.

Mas esqueceram do adversário. E que esse adversário era o Corinthians....

Enquanto do lado de cá das arquibancadas: Apreensão. A frase dita pelo Rogério minutos atrás, ecoava no ouvindo e mente de todos que ali presentes.

Mas novamente ocorre algo que eu também nunca havia visto em estádios.

NINGUÉM...repito: NINGUÉM saiu antes naquele jogo e NINGUÉM xingava o time. E sair antes do término do jogo e xingar o time é muito normal quando não se acredita em uma reação ou quando a fatura já esta liquidada.

A diferença é que nós não esquecemos do que tínhamos do nosso lado. E era o Corinthians...

A Fiel sabia o que a esperava.

E aquele era um domingo diferente...lembra??

47 minutos e meio do segundo tempo. E o Juiz havia dado 3 minutos de acréscimo.

Andrézinho, um criticado meio campo nosso na época, domina a bola exatamente no meio campo. O árbitro se aproxima. Pensei:”Fodeu,...terminou...”.

Me enganei...Graças a São Jorge.

Eu sabia que naquele momento o jogo já estava há segundos pra terminar. Mas eu também não queria saber QUANTOS segundos faltavam.

Andrézinho lança a bola pra Gil que avança pela esquerda. Companheiros pedem o toque pelo meio e ele avança. O zagueiro André Luis na cola dele. E ele avança...

Involuntariamente seguro no braço do Rogério e digo: “É agora...”

Com um drible desconcertante, Gil deixa o adversário no chão e toca para trás. Vou me agachando, de nervoso, até me ajoelhar na arquibancada. Nesse momento eu já não via quase nada.

A bola vem aos pés de Marcelinho que, da entrada da área, a deixa passar malandramente para o encontro de outro craque: Ricardinho.

Com um toque suave de seu preciso pé esquerdo, a bola entra perfeitamente no canto direito de Fabio Costa.

A Fiel explode. Gol de campeão! É Gol do Corinthians!

Não se ouviu o grito de GOL...era um grito diferente. Um grito sofrido, acuado, entalado na garganta.Todo o sofrimento, todas as piadas, brincadeiras ridículas dos rivais nos últimos 12 meses estavam naquele grito. Fico pensando até hoje. Se em 12 meses era daquele jeito, imagine em 23 anos como ele não estava....

Choro, abraços, lágrimas, gritos, beijos. Tudo se misturava a uma incontida alegria.

Os reservas das duas equipes invadiram o campo. Um lado para protestar por um jogo que, segundo eles, já deveria ter terminado. O outro, somente para comemorar.

Depois de uma certa confusão, o jogo reinicia. Mas pra que? Ele já havia realmente terminado como queriam os santistas.

A torcida adversária, que antes era pura festa, agora vivia um silêncio fúnebre. E nós...

Como diz o ditado: “quem ri por último ri melhor”.

Depois de muito tempo, ainda ficamos no estádio comemorando. Ninguém saia. Somente do outro lado.

Um jogo inesquecível. Por tudo que ocorreu, pelo resultado, pelas circunstâncias...

Um jogo para entrar pra história...

Pena que não vi o gol no estádio...


Saudações Corintianas

sábado, 1 de setembro de 2007

Salve Jorge! Salve o Corinthians! Por favor...

1 de Setembro de 2007.

Um ótimo dia para começar um blog sobre um certo clube de futebol...

97 anos de vida do Sport Club Corinthians Paulista.

Uma linda história com páginas brancas...inesquecíveis e que quando lembradas, nos fazem chorar. (páginas essas que serão escritas nesse blog, pelas experiências vividas por esse indivíduo aqui)

Mas não estamos falando de um conto de fadas. Ahhh mas não mesmo...

você que bem sabe como é o Corinthians...sabe que isso esta LOOONGE de ser um conto de fadas...

então temos também páginas bem pretas nessa história...igualmente inesquecíveis...que só de imaginar como cuidam mal de um amor teu, te da vontade de chorar...

(sim, essas páginas também estarão aqui,rs)

E estamos vivendo a página mais tenebrosa dessa história. Nem preciso me aprofundar, pois você sabe do que estou falando.

Movimentos são organizados. Protestos são realizados. Denúncias são apresentadas.

De tudo está sendo feito, de tudo está sendo tentado...

Mas no fundo, todos nós corintianos, em algum momento dessa situação, paramos e pedimos:

"São Jorge...Rogai por nós"

Então achei que por bem do Corinthians e para abençoar esse blog e o cidadão que aqui posta...:

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós. São Jorge, Salve o Corinthians...